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Artigos

 

Por: Wislane Vital , aluna do IFAL - Campus Palmeira dos Índios

 

“Bullying é uma situação que se caracteriza por agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva, por um ou mais alunos contra um ou mais colegas. O termo bullying tem origem na palavra inglesa bully, que significa valentão, brigão. É entendido em português como ameaça, tirania, opressão, intimidação, humilhação e maltrato.”

            O bullying é um dos assuntos mais discutidos nos últimos anos, mas sua origem tem décadas e décadas. Essa ação hoje conhecida e discutida no mundo inteiro fez e faz vítimas em diversos ambientes, principalmente em escolas, universidades, locais de trabalho, vizinhanças, etc. Os principais alvos são crianças e adolescentes, e é por isso que este ato afeta e influencia a vida social das vítimas, pois é onde os valores morais são apresentados e eles vêem no bullying uma ação contraditória ao que lhes é ensinado: que os seres humanos tem direitos e deveres iguais e tais direitos devem ser respeitados.

            Além de fazer vítimas se tornarem inseguras e sem entusiasmo para com as relações sociais, o bullying provoca uma série de revoltas que influenciam na personalidade da vítima, tornando-a deprimida e até mesmo uma pessoa de caráter vingativo.

            Todos nós possuímos diferenças, sejam elas físicas ou mentais, e é o mais interessante que se tem no ser humano; não dá pra imaginar pessoas com mesma cor, mesmo estilo de cabelo, e principalmente: mesmo pensamento! No entanto, infelizmente poucos pensam dessa forma, pois este sim deveria ser um pensamento comum a todos os seres humanos, e é dessas pessoas que partem essa ação violenta, pois eles não aceitam que os seus colegas sejam diferentes do que eles julgam certo.

            O bullying só será exterminado se as pessoas aprenderem a aceitar que todos nós possuímos diferenças e que são elas que movem o mundo e essa educação deve ser ensinada através da escola e da família às crianças do mundo todo para que elas possam conviver e aceitar que ser diferente é ser normal.

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Sustentabilidade ambiental

 

     Os crescentes problemas ambientais e o crescimento da população miserável puseram em cheque o conceito de desenvolvimento. Foi nesse momento, ainda no âmbito das ciências econômicas, que surgiu a ideia do desenvolvimento sustentável. Um conceito que pregava a noção de um modo de vida e produção que garantisse as necessidades das atuais gerações, sem comprometer as necessidades das gerações futuras. À primeira vista, é um conceito muito claro, mas dá abertura a muitas interpretações.

     Do ponto de vista de uma grande corporação, desenvolvimento sustentável é aquele que garante a produção atual, sem comprometer a produção futura da empresa. Por exemplo, para uma empresa de papel, desenvolvimento sustentável é produzir celulose hoje, sem comprometer a capacidade futura de produção da empresa. Não se considera o bioma deslocado pelas árvores plantadas, populações retiradas de seus territórios tradicionais ou mesmo uma empresa concorrente.


     Pode-se ver que desenvolvimento sustentável é um conceito antropocêntrico, calcado na ideia de que qualidade de vida é uma decorrência direta de altas produções econômicas. Portanto a questão é que o conceito de desenvolvimento sustentável vem sendo interpretado principalmente sob uma ótica econômica, relacionada à perpetuação dos atuais processos produtivos, sabidamente concentradores de riqueza e degradadores da natureza. Ainda está fora dessa visão a maioria da população humana e todas as demais formas de vida do planeta que não são úteis aos processos produtivos atuais.

     Por isso é que no Movimento Ecológico falamos em desenvolvimento ecologicamente sustentável. Um conceito que visa à construção de vários modelos de vida interdependentes e complementares entre si que resultem em processos produtivos que busquem, em primeiro lugar, a perpetuação de todas as formas de vida do planeta dentro de um patamar de plena existência para as atuais gerações, sem comprometer as mesmas possibilidades para as futuras gerações.

     O conceito de desenvolvimento ecologicamente sustentável pede um olhar diferente para todo o planeta. Deixa claro não serem toleráveis todos os problemas sociais e ambientais atuais. Ao contrário, aponta que eles são uma prova cabal de que as boas intenções dos que pregam o desenvolvimento sustentável ainda não compreenderam o verdadeiro dilema contemporâneo e não estão, de fato, dispostos a criar um novo paradigma que considere todos os aspectos da existência da vida na Terra e faça frente às ameaças criadas pelo paradigma da modernidade e a sua continuidade no tempo.

Arno Kayser,
agrônomo, escritor e ecologista. Autor do livro A reconciliação com a floresta - por uma atitude ecológica, distribuído pelo Mundo Jovem
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Educando para a paz


     Educar para paz é um dos grandes desafios de nossa sociedade, pois vivemos em uma cultura bélica, individualista e consumista. Neste contexto, valores como solidariedade, tolerância, respeito às diferenças, generosidade e humildade estão cada vez mais distantes do mundo dos jovens e das famílias.

     “Pensar em uma cultura de paz exige a necessidade de transformações (...) indispensáveis para que a paz seja o princípio governante de todas as relações humanas e sociais que vão desde a dimensão de valores, atitudes e estilos de vida, até a estrutura econômica e jurídica e a participação cidadã.” (Feizi Milani, 2003, p. 31)

     As famílias acabam tendo dificuldades de exercer o papel de educadores diante da influência crescente da mídia e do grupo de pares, enfraquecendo a autoridade parental e fragilizando os laços familiares. A inserção no mercado de trabalho de ambos os pais faz com que os momentos de lazer em muitas das famílias se tornem cada vez menos frequentes e, não raro, o diálogo e o afeto são substituídos por bens materiais.

A paz é ensinável

     A construção e o fortalecimento dos laços familiares demandam ações como a afirmação da identidade pessoal e cultural, vivência, reflexão e respeito aos valores éticos universais, educação ambiental, sensibilização quanto a questões étnicas e de gênero, mobilização e promoção do bem-estar coletivo, bem como aprendizado para que os conflitos sejam resolvidos de forma pacífica e não de forma violenta.

     Estabelecer a convivência em harmonia na família significa possibilitar condições de vida, educação, moradia, saúde, direito de expressão, liberdade de ir, vir, permanecer, trabalho, dentre outros, considerando os jovens como sujeitos de direitos e não meros consumidores.

     A construção da paz constitui-se numa tarefa primordial e interativa de cada ser humano, pois somos todos sujeitos da vocação da paz. Ao mesmo tempo em que a violência é aprendida, a paz é ensinável. É nesta perspectiva que as famílias podem trabalhar com seus filhos, buscando formas de inculcar mensagens e atitudes positivas, centradas nas potencialidades e não nas fragilidades do sujeito.

     Valorizar pequenos gestos de amizade, companheirismo, ouvir com atenção, respeitar opiniões diversas, visando ao equilíbrio nas relações e preservando o espaço e a autonomia do jovem. Favorecer o protagonismo juvenil implica reconhecer o jovem como sujeito do seu próprio processo de desenvolvimento, o que exige o acompanhamento pela família, que assume novas formas na contemporaneidade.

Sempre o diálogo

     O grande desafio para as famílias é fazer com que o diálogo e o afeto façam parte do cotidiano. Esta abertura para com os filhos exige compreensão das diferenças, flexibilidade para aceitar o novo, reciprocidade e respeito, valores que, constantemente semeados, possibilitam uma relação de confiança e enriquecedora para todos os membros.

     “Em um diálogo não há a tentativa de fazer prevalecer um ponto de vista particular, mas a de ampliar a compreensão de todos os envolvidos” (David Bohm).

Patrícia Krieger Grossi,
doutora em Serviço Social, professora na Faculdade de Serviço Social da PUCRS e
coordenadora do Grupo de Estudos da Paz (Gepaz).
e
Heloísa Arrussul Braga,
assistente social, integrante do Gepaz e do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Violências, Ética e Direitos Humanos.

Artigo publicado na edição nº 403, jornal Mundo Jovem, fevereiro de 2010, página 18.

Extraído do site: https://www.mundojovem.com.br